sábado, 10 de dezembro de 2011

Equilibrium (2002)

 
Sinopse:

Equilibrium é uma das melhores produções que surgiram no gênero ficção-científica de ação desde Matrix, em 1999. Aliás, é com Matrix que este filme vem sendo comparado, desde que foi lançado, no segundo semestre do ano 2002 nos Estados Unidos. É, portanto, um daqueles famosos filmes-cult, feitos geralmente com orçamento baixo a moderado, que não foi bem nos cinemas, e ainda assim, por possuir características marcantes, tem uma horda de fãs.

Mas Equilibrium é também um filme muito mais humano e pessoal, sobretudo. John Preston, o personagem central, é muito mais frágil (e, portanto, interessante) que Neo. No geral, a comparação é válida, mas não deve ser levada ao pé da letra. Equilibrium recorre mais uma vez ao tema do futuro negro, encontrado em tantas obras famosas, como Blade Runner, Cidade das Sombras, Brazil – O Filme, 1984, etc.

Assim como Matrix, Equilibrium passa-se num futuro devastado, mas agora o homem não é escravo das máquinas, e sim dele mesmo. Após a temida Terceira Guerra Mundial ter acontecido, nos primeiros anos do século XXI, os sobreviventes resolvem cortar a possibilidade de existência de uma futura guerra (que, segundo eles, aniquilaria de vez com todos), acabando com o principal motivo que leva a elas: os sentimentos. “O Pai”, como é denominado o grande líder dessa nova sociedade, tem à sua disposição uma droga que deve ser injetada diariamente no organismo de todas as pessoas (por lei), para inibição de qualquer tipo de sentimentos. Os humanos passam a agir como robôs, mas ao menos estão livres dos piores males da humanidade, principalmente das guerras. Assim, tudo que desperta qualquer tipo de emoção ou sentimento é terminantemente proibido no mundo de Equilibrium: arte, música, amor... Quem é possuidor de algum desses objetos ou emoções é executado. 

Obviamente, há um enorme grupo de resistência que é contra a extinção dos sentimentos, e John Preston é um dos “sacerdotes” (os agentes do sistema mais respeitados e excepcionalmente treinados) que trabalha para exterminar essa resistência. Avassalado por um passado triste que, mesmo com a inexistência de emoções, corrói a sua mente, Preston acaba ficando sem tomar a droga durante um dia, e não consegue mais viver sem sentir emoções. Ele quer tê-las, mas tem que fazer de tudo para esconder das autoridades maiores e de seu novo parceiro.

Esse é um resumo geral da história de Equilibrium, que ainda possui inúmeros pormenores, detalhes, que a tornam ainda mais interessante. Há vários personagens coadjuvantes muito bons, como o antigo parceiro de Preston (interpretado por Sean Bean), uma mulher da resistência ao sistema (Emily Watson) e o próprio “Pai”. O roteiro coloca várias reviravoltas no caminho de John, e felizmente todas elas conseguem elevar a história sempre um nível em termos de qualidade, o que faz com que o clímax do filme chegue com um tom até mesmo épico para o personagem.

As cenas de ação encontradas em Equilibrium são um capítulo à parte, e irão fazer os fanáticos pelo gênero, mesmo se ignorarem a história forte e interessante, apreciar o filme. Sem muitos recursos à disposição para encher a tela de efeitos especiais, o diretor Kurt Wimmer inventou, dentro do filme, uma modalidade de luta que utiliza armas de fogo (o estilo de luta tem inclusive um nome, do qual não me lembro agora). É basicamente um monte de piruetas ágeis que, se bem realizadas, fazem do seu mestre um assassino capaz de aniquilar dezenas de inimigos sozinho. John Preston é um dos maiores mestres desse estilo de luta, e você pode ter certeza que ele vai mostrar alguns movimentos de babar durante o filme. As coreografias ficaram excelentes e bastante impactantes (utilizam alguns efeitos por computação, mas aparentemente apenas para retocar as lutas), e a maioria delas é de cair o queixo.  

Com um roteiro sólido, boas atuações, e cenas de ação de tirar o fôlego – tudo isso com um orçamento modesto – este filme é uma belíssima surpresa no gênero, tão desgastado desde que Matrix foi lançado em 1999.

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